quinta-feira, 5 de abril de 2012

Somente na Lembrança -Contando detalhes que não foram escritos




O protocolo da quimioterapia que a Gi iria seguir eram de seis etapas, sendo a primeira de 1 dia, a segunda e a terceira 5 dias (ambulatorial) a quarta e quinta 7 dias (internada) e a última 5 dias (ambulatorial) e o intervalo entre elas de 21 dias.
Tínhamos muita fé de que a Gi não iria passar mal, rezávamos muito para isso. Mas como quem rege a nossas vidas é Deus não foi como gostaríamos que fosse,só que Ele nos sustentou em todos os momentos difíceis e como foram difíceis.
A primeira etapa foi tranquila, ela não passou mal e as defesas não caíram, então foi iniciada logo em seguida a segunda etapa.
Durante a semana da quimio a Gi não chegou a passar tão mal, só era muito nervosa como já relatei. A cada crise que dava era muito desesperador, ela se mordia, me mordia, batia a cabeça na parede, arrancava o cabelo, quando via que ficava com um punhado de cabelo na mão tentava colocar ele de novo na cabeça e chorava que não queria ficar careca, o coração da gente nesse momento se despedaçava diante daquela cena. Quando terminou a segunda etapa as suas defesas caíram muito, foi quando ela ficou internada pela primeira vez na parte da oncologia. O problema desse andar (14º andar) é que na época mãe não podia dormir com o filho, então quando a noite chegava todas tinham que ir embora independente da situação em que eles se encontravam.
Como a Giovana acabou sendo internada no feirado da Páscoa deixaram a gente ficar no 13ºandar, me deram um colchão para eu dormir no chão e eu pude ficar com ela. A Gi ficou tão mal que achávamos que ela não iria aguentar a situação, teve muita mucosite, muita febre, precisou tomar morfina para dor, o cabelo da parte da frente tinha caído tudo, só tinha um pouco atrás e como ela tinha uma mania de enrolar o cabelo no dedo, ela procurava cabelo e não achava e ficava mais revoltada com tudo aquilo.
Mas como tudo nessa vida passa essa situação também passou mas, sempre com Deus nos dando forças.
Quando o feriado terminou levaram a Gi para o andar de cima e eu não pude mais dormir com ela. Essa foi à parte mais difícil do tratamento, ter que deixar ela de noite sem a minha presença naquela situação que ela se encontrava foi muito difícil, nos primeiros dias eu a deixava chorando, depois ela acabou aceitando a situação e ficava sem chorar.
Eu nesta época já tinha muita saudade da minha casa, das meninas, dos amigos e do grupo de oração que frequentava, então tive a graça através da minha amiga Elaine de ter a Vera orando pela Gi lá no HC, neste dia a Gi estava bem abatida e devido a muitas doses de morfina o intestino dela estava parado e ela sofria muito por isso. A Vera foi no hospital, orou e quando ela estava saindo a Gi já começou a apresentar melhora, foi um dia de muitas graças para nós.
Depois da alta a Gi foi melhorando voltou para a escola, as crianças já tinham sido avisadas da situação em que a Gi se encontrava, então a adaptação dela com o chapéu foi tranquila. E assim iam se passando os dias, uns tranquilos, outros tumultuados, mas todos com Deus na situação.

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