segunda-feira, 9 de abril de 2012

Somente na Lembrança - Contando detalhes que não foram escritos




Como já mencionei, o protocolo de quimio que a Gi iria seguir eram de seis etapas, sendo que a quarta e quinta seriam internadas.Então quando chegou a quarta etapa ficamos apreensivas sem saber como a Gi iria passar por mais essa fase.
Nas outras vezes em que ela internava, ela estava sempre tão mal que nem questionava a internação, mas agora era diferente ela estava boa e tinha que ir para o hospital.
A internação seria de 7 dias, 24 horas correndo a quimio e entre a troca de um frasco pelo outro ela iria tomar banho. Como essa quimio era muito forte e poderia causar um dano ao rim ela tinha que correr juntamente com uma hidratação, então a quimio corria pelo cateter e puncionaram uma veia no braço onde corria a hidratação.
Diante de toda essa situação imaginávamos que não seria fácil, mas como Deus sempre estava à frente de tudo Ele novamente agiu e tudo aquilo que parecia ser muito difícil acabou sendo mais fácil.
Quando a Gi internou ela conheceu o Lucas que estava internado tratando de Leucemia, logo eles se tornaram amigos e ficavam o tempo todo juntos brincando na sala de recreação e de noite quando eu ia embora ele sempre dizia que iria tomar conta dela. Ele era uma graça, sempre esperava a Gi acordar para tomarem o café da manhã juntos, almoçavam juntos e dormiam no mesmo quarto. O Lucas marcou muito a nossas vidas , quando nós o conhecemos ele estava tratando pela terceira vez de Leucemia mas estava bem. 
Depois que a Gi terminou todo o tratamento  voltávamos todos os meses em Curitiba e encontrávamos ele no ambulatório, só que o tratamento dele não foi dando resultado e ele faleceu, até hoje quando lembro dele me dá um aperto no coração, fico lembrando do seu sorriso, da sua bondade, mas tenho certeza que Ele está junto do Pai.
Quando a Gi teve alta ela estava muito bem, e eu havia comentado com o médico que cuidava dela que a minha filha mais velha iria fazer 15 anos. Então eles permitiram a nossa ida para nossa casa então, depois de quatro meses e 25 dias retornamos para Arapongas para passar um final de semana. Viemos de surpresa e fui esperar a Aline na porta do colégio com um buque de flores, até hoje ela diz que foi o melhor presente que ela teve em sua vida. Ficamos só um final de semana, mas mesmo assim foi muito bom, triste foi a despedida, deixar para trás quem amamos dói demais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário