quinta-feira, 29 de março de 2012

Curitiba,10 de abril de 2004




Anjo meu, você está com febre novamente, espero que não seja nada grave pois não vejo a hora de irmos para nossa casa e depois para Arapongas; quero ver você com uma vida normal.
Hoje você precisou fazer um clister e logo em seguida você conseguiu fazer cocô depois disso, a sua barriga melhorou bem.
O papai ligou duas vezes mas você não quis falar com ele. Hoje a tia Rose cortou um pouco do seu cabelo, você disse que não quer ficar careca, me corta o coração e você também falou que a culpa é minha, quando você ler tudo o que escrevi você vai entender que eu te amo muito e jamais queria que isso acontecesse com você.
Hoje também falei com a Verinha, todos em Arapongas estão orando por você sem cessar e nós temos a certeza que você só terá vitória em nome de Jesus.
Você não comeu nada hoje, disse que a ferida da boca dói, mas amanhã será um novo dia e vou ter fé que será um dia maravilhoso. Amanhã vamos comemorar a ressureição de Jesus e com Ele ressuscitará uma nova vida em você. Jesus há de colocar a mão em todo o efeito colateral da quimio e você fciará ótima e nós iremos louvar muito a Jesus e Maria
                                                                                                 Te amo de montão
                                                                                                                         Eu

terça-feira, 27 de março de 2012

Curitiba, 09 de abril de 2004




Paixão você não vai acreditar, mas estamos internadas. A sua imunidade caiu muito e você está com mucosite, tem feridas na boca,no ânus enfim, por todo o trato gastrintestinal. Internamos ontem e graças a Deus me deixaram dormir com você. Estamos no 13º andar do HC, agora você está dormindo, só que tem muita dor. Te vejo assim e tenho vontade de chorar, mas não posso, pois é só uma etapa e Deus está pondo a sua mão. Filha quero que você nunca mais sofra, peço a Deus a sua libertação e que você possa dizer a todos que Deus e Maria sempre foram presença viva em sua vida. Hoje é sexta feira santa. Sofro em ver você em uma cama, imagine a dor de Maria quando viu seu único filho ser crucificado, que ela possa me amparar e me fazer mãe como ela foi.
O papai operou, liga todos os dias só que você não quer falar com ninguém no telefone. Você aqui no hospital se acalmou, dizem que é efeito da morfina. Você vai começar a tomar calmante. Parece que o corticoide te deixou com depressão, mas isso também vai passar.
O vô Expedito, o tio Gustavo e a tia Rose estão aqui em Curitiba, só que você só conversou com o tio e com a tia, ela te deu um chapéu lindo. Os seus cabelos da frente caíram tudo, só tem atrás, mas você não quer cortar, mas assim que cair tudo cresce um mais lindo.
O Dr. Cezar está de plantão aqui, até massagem no pé você ganhou dele, ele gosta muito de você e você dele. Como sempre devemos agradecer por ter pessoas tão boas ao nosso lado.
Amor sei que tudo isso vai passar, mas digo que nunca imaginei que nós iríamos passar por tantas coisas. A Quimioterapia é um tratamento muito triste, pois a criança sofre, por outro lado é a solução para certas doenças, então como sempre digo, Deus está ao nosso lado e nós vamos vencer.
 Ontem de noite você pediu para Deus tirar a sua dor, e eu peço mais, peço que nunca mais a quimio possa ter efeito colateral em você, eu sei que não podemos querer que seja feita a nossa vontade e sim a vontade de Deus, mas eu imploro que Ele permita que você não sofra mais.
                                                                                          Amo você muito
                                                                                                               Eu

sábado, 24 de março de 2012

Somente na Lembrança - Contando detalhes que não foram escritos


Tenho está época da vida da Gi meio que esquecida no meu pensamento, não sei se é intencional, ou devido ao fato que foi uma época bem tumultuada em nossas vidas. Não foi somente pelo tipo da doença, mas pelo fato do tratamento ser tão distante da minha casa (400 km), por ser um tratamento longo (seis etapas a cada 21 dias, mas que fizeram que eu ficasse um ano fora de casa) por ter deixado as meninas sem a minha presença numa idade de tantas mudanças (Aline com 14 e a Carol com 12), enfim, as lembranças do que não escrevi estão bem escondidinhas, mas vou tentar me recordar um pouco de como foi os detalhes desta época.
Até não começar a quimio a Gi estava internada em um hospital particular, onde tínhamos um pouco mais de conforto (tipo um quarto só para nós, banheiro individual e eu sempre com ela),quando foi resolvido o protocolo que iria ser seguido para o tratamento, resolveram que deveríamos fazer o tratamento no HC, pois como a Gi já tinha sido transplantada lá, todos ficariam mais seguros quanto ao andamento do tratamento. Como o HC é um hospital público as coisas são muito mais difíceis. Primeiro o ambulatório das crianças é pequeno para tantos pacientes, a gente ainda tinha o privilégio de morar perto, mas tinha tantas crianças que moravam longe que pegavam até três ônibus para chegar que cortava o coração da gente. Eu tudo compreendia, mas a Gi não, para ela já era difícil o tratamento e ter que ir lá era pior ainda. Tínhamos que chegar cedo tipo 07h30min (alguns dias em jejum) passava pela coleta de sangue, depois pela primeira consulta, depois tinha que esperar o resultado do exame, e depois é que começa a quimio (isso era no primeiro dia da quimio). No dia que fazia a quimio na espinha, chegávamos cedo (em jejum) e ficava em jejum até depois do almoço porque a anestesista só vinha neste horário. Gente como era difícil estes dias, além das crianças já não estarem bem, ainda passavam a manhã toda sem comer e sem beber. As crianças menores choravam, as maiores compreendiam, e a Gi ficava agressiva comigo, ela achava que eu era a culpada de estar fazendo passar por tudo aquilo, principalmente por estar naquele lugar.
Como já contei, quando nós descobrimos a doença tivemos a graça de ter como médica a Dra. Ivy. Ela trabalhava tanto no hospital particular, como no HC, então além do Dr Cezar tínhamos ela para nos orientar e apoiar. Como a doutora Ivy era oncologista ela nos disse que não era para adiantar muitas coisas para a Gi, era para deixar acontecer, tipo não falar que o cabelo ia cair, pois de algumas crianças o cabelo não caia, não entrar em muitos detalhes sobre a doença, pois a Gi não tinha idade para entender, enfim conforme ia acontecendo era para ir explicando. Então quando a Gi quando perguntou o que estava fazendo naquele lugar em que todo mundo era careca, dissemos que ela estava com um Linfoma e era lá que tratava, perguntou se ia ficar careca dissemos que não sabíamos, ela guardava todas essas informações e aos poucos ia percebendo às vezes com aceitação outras com revolta toda aquela situação.
O que fazia a Gi mais sofrer era puncionar a veia, pois devido a tantas internações ela tinha pouco acesso. Foi quando disseram a nós que ela iria passar um cateter, eu fiquei sem saber como dizer a ela, então pedi para o Dr Cezar ir lá em casa conversar com ela, pois como ela tinha uma afinidade muito grande com ele, tudo que ele dizia ela aceitava (na maioria das vezes). Lembro que ele chegou e ficou com ela sozinha, depois de uma conversa em que ele explicou mais ou menos o que era ela virou para ele e disse: então vai ser uma veia fácil?. Assim o cateter pra ela se passou a chamar veia fácil, pois nunca perdia e pegava de primeira.
Quando a Gi ficou doente ela iria começar a fazer a 1º série, então conseguimos matricular ela no colégio Positivo ela frequentava as aulas durante os intervalos da quimio. Ela praticamente ia duas semanas e ficava duas semanas sem ir, como era bastante inteligente conseguia acompanhar normalmente, só não conseguiu fazer muitas amizades neste ano, ficava praticamente todo intervalo do recreio na biblioteca, lá se tornou o refúgio dela. Conforme seguia o tratamento ela ia ficando cada dia mais nervosa. Ela chegava a tomar (não me lembro bem) mais ou menos 60 MG de corticoide por dia na semana da quimio. Na semana em que tomava ela ficava muito nervosa, a medicação alterava todo o seu emocional. Primeiro acharam que ela ficava desse jeito por ser mimada, indicaram uma psicóloga que foi um anjo durante todo esse período e na verdade a maior parte era culpa realmente do corticoide, claro que a Gi tinha e tem até hoje um gênio forte, e eu ainda continuo pedindo a Deus que possa fazer com que ela consiga ter um emocional mais tranquilo, mas as marcas de tudo o que ela passou até hoje ainda está muito gravada em seu ser.
Mas, como continuo crendo muito em Deus, tenho certeza que um dia ela irá ser menos ansiosa para assim não sofrer tanto como ainda sofre perante certas situações, e como existem situações difíceis nesta vida. Hoje me sinto particularmente muito mal. Minha mãe que é minha companheira em todos os meus momentos foi operada, mas graças a Deus está bem. Estou também passando por um momento da minha vida que nunca imaginei que iria passar, mas como sei que Deus sempre olha por mim e pela minha família, tenho certeza que amanhã será um dia muito melhor.



quarta-feira, 21 de março de 2012

Curitiba, 05 de abril de 2004



Querida, estamos passando por momentos bem complicados. O seu nervo está cada vez maior, você se agride, está com os braços todo mordido, arranca os cabelos, na frente já está bem ralo.
Neste final de semana o pai, as meninas, a tia Sil e a vó Nice vieram passear aqui. Você ficou muito feliz, só não passeamos porque não pode tomar sol. Hoje acabamos de fazer a 2º etapa da quimio. Você fez novamente a aplicação na espinha, tomou anestesia (cheirinho) também fez um RX do pulmão, graças a Deus não deu nada, só que está fazendo inalação. A sua barriga está muito grande e você tem dor, mas Deus há de por a mão. Você ainda não está se entendendo bem com a vó e quando suas amigas ligam você não quer falar com ninguém, nós vamos te levar em uma psicóloga, ela vai ajudar a por em ordem os seus sofrimentos.
Tivemos ontem com o Dr Cezar lá no Branca de Neve, ele acha que o seu estado de nervo tão alterado é devido ao corticoide. Hoje você para de tomar, e eu espero que volte ao normal. Amo muito você e creio que tudo isso vai passar logo, pois todos nós, tio Gustavo, vô Expedito, tia Tânia estamos sofrendo muito com tudo isso que está acontecendo com você. Todos te amam muito e acima de tudo Deus e Maria estão sempre do seu lado. Nunca pense ao contrário. Ele só prova os escolhidos.
                                                                                             Amo você
                                                                                                               Eu

segunda-feira, 19 de março de 2012

Curitiba, 01 de abril de 2004





Paixão, ontem nem escrevi de tão tumultuado que foi o nosso dia. Você teve duas crises de nervo, quase enlouquecemos. De tarde você fez uma medicação na espinha e a anestesia fez efeito contrário, você ficou enlouquecida, me mordeu, se mordeu, até o soro você arrebentou, foi horrível, depois te deram um remédio e você se acalmou. Quando chegamos em casa você tornou a ficar muito nervosa então eu não consegui escrever. Ontem você fez as seguintes medicações: Ciclofosfamida, Doxorrubicina, Leucovorin, falaram que é a Doxorrubicina que faz o cabelo cair, parece que ele já está mais fraco, você quando está nervosa puxa ele e sai um monte de fios na sua mão, então você chora que não quer ficar careca, daí ao mesmo tempo você fala que vai usar peruca, é uma confusão os seus pensamentos.
Hoje a sua medicação foi a mesma de ontem, só não fez a Doxorrubucina, você teve outra crise de nervo de manhã, bateu a cabeça na parede, fez o maior escândalo, depois passou. Durante o dia ficou um amor, só queixou de enjôo e de dor na barriga. Começou também uma tosse boba que já vou pedir para Deus por a mão. Você já está dormindo, está um pouco abatida, quieta e eu fico preocupada com medo da sua defesa estar baixando. Sabe, Deus deve ficar triste comigo, pois nunca estou contente com as coisas. Se você está brava, reclamo, se está mansa fico preocupada de você não estar bem. Tenho que ter mais confiança Nele e louvar a todo o momento pela filha que tenho, pois você é uma menina muito especial. Ele tem guardado para você algo de muito bom. Tenho certeza que você será uma pessoa que vai falar muito dos momentos de Jesus em sua vida.
                                                                                                   Com amor
                                                                                                       Eu

domingo, 18 de março de 2012

Curitiba, 30 de março de 2004




Amor, começamos hoje a segunda etapa da sua quimio, a medicação usada foi Vincristina e Metrotexato, essa faz, com que você não possa ir no sol e nem ficar em baixo de luz fluorescente por 15 dias.
Você passou bem, não teve nenhuma intercorrência só que quando voltamos para casa, você teve um ataque de nervo, se bateu, ficou muito descontrolada, eu até pensei em desistir de tudo, tem horas Gi que acho que não vou aguentar, mas depois eu me arrependo de pensar assim pois Deus age em nosso favor à todo momento e eu muitas  vezes sou ingrata com Ele.
O resultado da tomografia chegou e a sua massa diminuiu 1/3 do tamanho, isso é mais uma prova de Deus em nossas vidas. Agora você está dormindo, reclamou de dor na barriga e no olho, a vó já foi dormir e eu também vou.
                                                                                                   Te amo muito
                                                                                      Mamãe

sábado, 17 de março de 2012

Curitiba, 29 de março de 2004.



Coração, tivemos um final de semana com visitas. Veio o vovô, a Carol e a Aline. Passeamos, fomos à missa, no hospital e num monte de lugar legal.
O seu intestino começou a soltar, mas você ainda está muito constipada. Ontem teve almoço aqui em casa, veio toda a família da tia Nelci, depois fomos buscar a  Maria Vitória para vir  aqui em casa para brincar só que como você estava com dor acabaram não brincando.
Hoje fizemos uma tomografia, mas ainda não sei o resultado, fizemos também um exame de sangue, as sua defesas estão boas então resolveram começar a outra quimio amanhã. Vão ser cinco dias estou com o coração apertado, pedi para Jesus já ir tocando todo o seu ser, tirando todo efeito colateral, seu nervo, mal estar, dor complicação, enjoou, medo que tudo vá aos pés da cruz de Jesus, pois Ele é a nossa força, nosso viver.
Peço então que Ele possa te tocar e me tocar para que mais essa etapa seja vencida, com Ele a nossa frente.
                                                               Amo muito você
                                                                                       Mamãe
Que Maria viva em minha vida, me ensinando, orientado e abençoando como mãe, e como a mulher do “sim” a Deus.·.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Curitiba, 25 de março de 2004.

Meu amor, passamos com a graça de Deus mais um dia. A nossa manhã foi muito tumultuada, brigamos muito, você acordou muito nervosa e com dor na garganta, fui ao mercado com você e depois descemos no ambulatório. O Dr Lisando olhou a sua garganta, mas não tem nada aparente, ele disse que é um incomodo que você sente.
Conversei com uma psicóloga, ela vai te atender 2º feira. Hoje de tarde você foi à escola, me ligaram, mas eu não te busquei, depois você ficou legal. Agora a pouco você estava bem, jantou bem, se acalmou e eu agradeço a Deus por esta calma e creio que o Espírito Santo vai repousar sobre você. Brinquei com você perguntando de quem você era, então me respondeu de “Maria”. Tenho certeza que ela irá sempre interceder por você.
Agora a pouco falei com o papai, ele vai operar do nariz dia 06, vamos rezar para que de tudo certo.
Amanhã vem para cá o vovô Expedito e as meninas, vamos ter um final de semana bem legal.
Que Deus a abençoe.
                                                                                       Te amo muito
                                                                                                            Eu

segunda-feira, 12 de março de 2012

Curitiba, 24 de março de 2004




Coração, graças a Deus você está bem, não teve nenhum efeito colateral maior.
Hoje se queixou de dor na mandíbula, mas nem tomou remédio para dor. O seu cabelo parece que começou a cair, mas é mínimo, peço a Deus que não caia, pois não sei como você vai reagir. Você está tomando bastante remédio via oral e cada vez que tenho que te dar é um sufoco porque não quer tomar. Hoje eu chorei, estou sem saber como agir com você, você está bem enjoada, sei que não é fácil, o seu paladar mudou, tudo que você come diz que é ruim e  por causa disse quer comer toda hora para ver se descobre alguma coisa que goste. Tem horas que sinto que não vou conseguir passar por tudo isso, mas daí penso em Jesus e Nele encontro força e coragem. Rezo a Nossa Senhora a todo o momento, sei que a Mãe olha por nós.  
Amo muito você e peço mais uma vez a Deus que continue te fazendo forte e que possa acalmar esse seu coraçãozinho que tem horas que é tão perturbado.
                                                                                                                    Te amo
                                                                                                                         Ivelise

sexta-feira, 9 de março de 2012

Minha Nova Batalha



Curitiba, 23 de março de 2004

Meu amor, vamos começar de novo a escrever um diário e novamente vou escrever somente vitórias sobre a sua vida.
No dia 07 de janeiro descobrimos que você tem um Linfoma de burkitt, foi feito biopsia e confirmaram o Linfoma. Você passou o cateter no sábado e começou a quimioterapia ontem, graças a Deus tudo correu muito bem, não deu nenhuma reação você fez a quimio na espinha e colheu material para a medula, os medicamentos usados ontem foi ciclofosfamida, vincristina, prednisona e MTX (Metrotexato) intratecal. Hoje na escola você reclamou de dor , então me ligaram e eu fui te buscar. Você está muito nervosa e briga muito comigo e com a sua avó, mas nós tentamos te entender, não é fácil o que você passa, mas Deus e Maria estão sempre do seu lado.
Domingo fomos à missa, a Carol e a Aline foram conosco, fiquei muito feliz, pois na véspera do seu tratamento já tivemos uma grande benção de Deus.
Ontem quando saímos do ambulatório você quis passar na igreja, fiquei muito agradecida a Deus e falo que isso foi mais uma prova Dele em nossas vidas.
Agora você está dormindo, peço a Jesus que faça que você fique mais calma amanhã e que o Espírito Santo sopre  uma paz em todo o seu ser e tenho certeza que isto irá acontecer.
                                                                                    Amo muito você meu amor
                                                                                                               Mamãe
                                                           Indo para a Escola

quinta-feira, 8 de março de 2012

Somente na Lembrança - Contando detalhes que não foram escritos




Chegou o dia da tomografia, como a Gi já estava muito brava (pois já estava cansada de tantos exames) foi difícil puncionar a veia, então fiquei do lado dela durante a tomografia.
Depois de feito a primeira parte do exame, chegou a hora em que injetava o contraste, para então ser feito a segunda parte. Depois que a enfermeira injetou o contraste a mesa do tomógrafo moveu de uma maneira errada, o que fez com que a médica visualizasse uma parte do corpo que não iria ser examinada.
Sempre falo que foi a mão de Deus que fez com que do nada essa mesa se movesse de maneira contraria.
A médica parou o exame, me chamou e perguntou se a Gi  já havia tido algum problema no pulmão, eu disse que não, então ela perguntou se já havíamos feito algum exame relacionado aquela região, eu disse a ela que a Gi tinha feito um mapeamento do corpo inteiro havia 1 ano e que o resultado era normal; então ela continuou com as perguntas tipo, porque tinha sido feito esse exame, falei que tinha sido por causa de uma PTLD no intestino daí ela olha para mim e diz assim: mãe eu acho que a doença voltou e a sua filha está com um tumor no pulmão.
Eu fiquei paralisada, sem saber o que fazer, ela então terminou o exame e o laudou; foi visualizada uma massa no mediastino medindo 5x9cm.
Isso aconteceu no dia 07 de janeiro, permanecemos internadas para mais investigações e nos foi apresentada uma nova médica, Dra. Ivy, e desde o início tivemos por ela uma grande confiança e amizade que permanece até hoje.
Depois desse diagnóstico foi tirado novamente o Prograf (imunossupressor) da Gi, aumentado a dose do corticoide e começado o tratamento com ganciclovir, visto que novamente o vírus Esptein barr tinha “acordado”. Foi feito uma biopsia dessa massa cujo resultado foi: Linfoma de Burkitt, grau IV, indolente, agressivo. Sendo a Gi a primeira criança do HC transplanta e com câncer, as imagens foram enviadas para a França e de lá viria o protocolo a ser seguido para o tratamento.
Depois de 40 dias entre internação e ambulatório, como não tinha vindo ainda o protocolo da químio a ser seguido e era carnaval, me deixaram levar a Gi para a praia, vieram então as minhas meninas, meu pai, meu irmão, minha irmã, a Tati, o João e a Rose e conseguimos realizar o sonho dela em ver novamente o mar.
De novo pude ter a alegria em ver a Gi sem soro, correndo, se divertindo; mesmo eu sabendo que ia durar só 4 dias agradecia a Deus por ter permitido essa graça antes de começar uma fase em que não imaginávamos o que iria acontecer. Eu olhava a Gi, tão linda, aparentemente tão saudável e pensava: Senhor será que ela vai aguentar, como vou contar para ela, como vou ficar fora da minha casa por um ano, a única coisa que posso dizer é que tudo se arranja, Deus vai à frente arrumando tudo, só que do jeito Dele e muitas vezes queremos que tudo seja resolvido rapidinho mais o nosso tempo não é igual ao de Deus, e é isso que precisamos aprender e compreender. Até hoje mesmo tendo passado por todas essas situações, quando aparece em minha vida situações que eu jamais esperava que fossem aparecer, temo, sofro choro, mas daí Deus me levanta e eu sigo em frente, ora tropeçando, ora levantando, mas sempre seguindo e nunca desistindo. Foi assim que passamos o ano de 2004, que agora vou contar.

Internada para investigação

                                               Praia antes do início da quimio

quarta-feira, 7 de março de 2012

Somente na Lembrança - Contando detalhes que não foram escrito




Sempre que me perguntam quanto tempo da Gi permaneceu com problema de saúde eu digo que ela teve um por ano até 2004.
Como já contei, em 2002 ela teve os linfonodos no intestino e ficou sem tomar o remédio da rejeição por cinco meses. Tínhamos uma esperança enorme que ela pudesse viver sem essa medicação, mas depois de cinco meses ela precisou tomar novamente (só que numa dose bem baixa para evitar o reaparecimento da PTLD).
Em 2003 a Gi começou novamente a ter colangite, então voltamos de novo às rotinas de exames, internações e novos médicos.
Depois de muitos exames de imagem, chegaram à conclusão que o fígado da Gi estava com um pequeno vaso obstruído e por causa disso tinha tantas colangites, então fomos encaminhadas para outro médico Dr Alexander Curvello que iria tentar desobstruir através de uma técnica usando cateter. Foi feito o procedimento e deixado um dreno no local. A Gi continuou a levar uma vida quase normal mesmo com o dreno, ela o carregava numa bolsinha de lado, ia para a aula e até participou de uma dança no encerramento de final de ano no colégio e foi neste dia que tivemos uma revelação que não entendemos na hora, achávamos que era sobre o dreno, mas Deus nos mostrava muito mais e isso só fomos entender depois.
Neste dia do encerramento, estava tendo em Arapongas um encontro com o Ironi Spuldaro, então a Vera me disse que depois que a Gi dançasse era para eu leva-la no encontro para que ele orasse por ela. Chegando ao encontro ele orou e disse que Deus mostrava para ele células se regenerando, vida nova e perguntou o que a Gi tinha, dissemos que era um problema hepático e que ela estava usando um dreno, então ele falou que Deus mostrava vida e nós então achamos que o fígado da Gi iria ficar bom e ela não teria mais tantos problemas.
No dia do Natal sem nenhuma explicação a Gi perdeu o dreno, fui dar banho nela e do nada as mangueirinhas que estavam dentro dela saíram. Ficamos desesperados ligamos para Curitiba e no outro dia já estávamos na estrada para eles passarem o dreno novamente.
Quando foi no dia de Ano de novo a Gi perdeu o dreno outra vez, ligo novamente para o Dr Alexander e ele fica sem entender como o dreno podia escapar. Ficou de ligar para o médico que havia feito o transplante da Gi e que me retornava para ver o que iria ser feito.
Quando me ligou disso que o Dr Júlio achava melhor não mexer mais para não forçar o canal, só que eu senti que não era essa a vontade do Dr Alexander, então perguntei se fosse a filha dele o que ele faria, me lembro de que ele disse: Ivelise assim você pegou pesado, vou pensar e te ligo novamente.
Quando me ligou disse que depois de uma reunião tinham decidido repassar o cateter, isso se o trajeto não tivesse sumido, então fomos novamente para Curitiba.
Chegando lá ele nos informou que na realidade ele iria fazer um procedimento nunca feito, eles iriam obstruir por completo este vaso que tinha problema com uma cola usada na área da neurologia. Eu fiquei na hora desesperada com medo de dar errado mas e ele tornou a frisar que só iriam fazer tal procedimento se ainda tivessem a visualização do trajeto, o que talvez fosse improvável visto que já faziam 3 dias que a Gi estava sem o dreno.
Liguei na casa de oração para avisar a todos sobre a situação e pedimos a Deus que se fosse para dar certo, que eles visualizassem o trajeto, caso contrário que o trajeto tivesse sumido.
Depois de um tempo (que para mim pareceu uma eternidade), o dr Alexander veio e disse que tinha dado certo, que dali por diante a Gi teria uma vida normal e que ela poderia até realizar o sonho de ir para praia novamente, já que só havia ido quando tinha um ano e pedia muito para ir de novo.
Falou também que iríamos ficar internado para dali dois dias fazer uma tomografia para ver como tinha ficado o procedimento
Liguei para todo mundo contando, mas mesmo com o fato do médico dizer que tinha dado tudo certo, meu coração não estava sossegado, tinha algo que não me deixava ficar tão feliz, acho que era aquele sentimento que só mãe tem quando algo não está bem com seu filho.

domingo, 4 de março de 2012

Somente na Lembrança - Contando detalhes que não foram escritos




Ontem depois que digitei o post chorei novamente, aliás, sou muito chorona, chorei tanto pelo que já passamos quanto pelo que estamos passando.
As lembranças daquela época doem, mas o que sempre me conforta é saber que nestes momentos sempre fui carregada por Jesus; o certo não era chorar e sim sorrir, pois sempre nas dificuldades temos a companhia Dele e isso é maravilhoso.
 Mas de qualquer forma, quando a Gi teve septicemia foi horrível. Ela já tinha passado por situações difíceis, mas não igual aquela.
Na véspera do dia 1º de novembro ela teve uma febre boba (37,8) levamos ao médico que fez exames cujos resultados não apresentaram nada.
No outro dia de manhã, como não havia melhorado, levamos no Dr. Álvaro. Ele examinou e não viu nada de anormal; deveria ser uma virose e disse que tínhamos que aguardar a evolução, visto que os exames não tinham alteração. Liguei para a minha mãe e disse para ficar tranquila, pois não era nada.
Quando saímos do consultório passamos na minha cunhada, chegando lá a Gi fez um cocô muito forte que queimou a sua bundinha, então fui dar banho nela e ela foi ficando molinha e tremendo muito. A minha sobrinha que estava fazendo enfermagem tirou a temperatura dela que era de 35 graus, ela estava fazendo uma hipotermia. Ligamos para o Dr Álvaro e ele mandou retornar urgente ao consultório.
Quando chegamos lá a Gi já apresentava certa dificuldade em respirar, o Dr Álvaro examinou e nos disse que ela estava entrando em choque; ligou para a Dra. Jaqueline e foi dizendo assim: Jaque examinei a Giovana há 2 horas e ela não apresentava nada e agora entrou em choque, estou mandando ela para a UTI do Evangélico. Neste momento o meu chão abriu, comecei a tremer, só lembro de ter ligado para a minha cunhada e para minha mãe pedindo para elas irem ao hospital porque a Gi estava mal.
Pegamos a Gi no colo e a levamos para o hospital correndo (o hospital ficava uma quadra do consultório). Quando chegamos lá fomos encaminhados direto para a UTI, eu entrei com ela e ai começou aquele tumulto da corrida contra o tempo. A pressão arterial dela era 3x1, com isso não tinha nenhum acesso visível para correr o soro, colocaram ela no oxigênio, chamaram mais médicos; era desesperador.
Quando conseguiram um acesso me mandaram ligar para Curitiba, pois como a Gi era transplantada eles tinham que ver o que poderiam fazer, quando liguei falei com a Dra Adriana e ela perguntou se a Gi estava entubada, quando disse que não ela me falou que isso era bom e a chance de sobreviver era de 50%.
Depois disso a Dra. Jaqueline chegou; conseguiram estabilizar a pressão arterial, mas até hoje a Gi leva uma marca deste dia. Ela teve uma queimadura no braço pelo Bicarbonato de Sódio, a veia em que ele corria rompeu e a enfermeira não viu, então extravasou e fez a queimadura.
A Gi ficou internada por seis dias na UTI e foi na porta dela que eu entreguei ela a Deus, vocês não imaginam a dor que esta entrega é, mas creio que foi quando eu a entreguei (mesmo com o coração arrebentado) que Deus agiu.
Quando ela saiu da UTI não comia nada, fazíamos de tudo para ela se alimentar e nada; a Dra. Jaqueline chegou a trazer batatinha do Mac (imagina ao ponto que chegamos para ela comer algo) e ela não comeu. Lembro que quando isso aconteceu o Dr. Álvaro disse que a Gi tinha conquistado a Dra. Jaqueline, pois ele nunca tinha visto a Dra fazer aquilo; naquela internação os laços entre nós e a dra foram unidos e até hoje tenho por ela uma admiração e confiança muito grande. Nesta internação da Gi fomos novamente amparados pelas orações de muitas pessoas, novamente foi erguido um clamor a Deus pela sua cura. Vinha muitas pessoas no Evangélico para nos dar forças. Teve um domingo que a Gi estava bem fraquinha, pois não tinha colocado nada na boca (nem água), então a Sandra e o Ítalo vieram nos visitar, a Gi tinha um amor imenso por ele, no grupo de oração tinha dias que ele tocava bateria com ela no colo, então quando ele chegou ela até melhorou. Para agradar ele, ela chegou a tomar um pouco de iogurte, nós fizemos disso uma festa, pois qualquer pouquinho que ela se alimentasse era importante.
O outro episódio difícil que tivemos foi quando ficamos morando em Curitiba. A Gi vinha tendo uma diarreia constante, então fomos para Curitiba e eles começaram a desconfiar de PTLD (Doença Linfoproliferativa). Depois de confirmada através de colonoscopia, ela ficou fazendo tratamento ambulatorial duas vezes ao dia. O que causa essa doença é um vírus (Epstein Baar) junto com o imunossupressor, e essa doença pode ser benigna ou maligna, desta vez tinha sido benigna.
E o outro fato marcante foi à mudança de religião do Edson. Quanto sofremos e choramos por isso. Esta mudança trouxe certa divisão dentro da minha casa, mas mesmo assim segui em frente com todo o meu amor e fé.
Como vocês podem ver, do mesmo jeito que a minha fé foi aumentando também foi aumentado às provações. Mas mesmo as coisas não acontecendo do jeito que desejo, continuo com a mesma fé e com o mesmo amor por Deus, entregando a minha vida a Ele e aguardando o que ele deseja de mim.

sábado, 3 de março de 2012

Arapongas, 18 de dezembro de 2002



Quanto tempo não escrevo, quantas coisas aconteceram em nossas vidas neste ano, a única coisa que não mudou foi o amor de Jesus e Maria por nós e o nosso por Eles.
Hoje lendo o seu diário, chorei de emoção por ver o quanto o nosso Deus é maravilhoso. Você passou por mais problemas, o maior foi no dia 1º de novembro de 2001, você teve uma septicemia (infecção generalizada), ficou seis dias na UTI e mais 15 dias internada, ficou muito mal e eu te entreguei a Jesus, disse que você era Dele e não minha e ele na sua misericórdia me devolveu você e eu sou eternamente grata a Ele.
Depois disso ficamos indo á Curitiba sempre e em junho deste ano (2002) você teve outro problema. Ficamos morando lá por um mês, foi muito sério, mas como a misericórdia do Senhor é maior, Ele contornou tudo e você foi curada novamente.
Você chegou há ficar cinco meses sem o remédio da rejeição, agora voltou a tomar, mas é pouco.
Este ano você foi para a escola, foi uma benção, a sua professora foi a Valdirene e vocês se amaram.
Você aprendeu muita coisa, mas acima de tudo você começou a ter uma vida normal. Hoje conversei com o Dr Cezar e ele disse que vamos ficar um mês sem colher exames seus, e deu dei gloria a Deus por isso.
Muita coisa mudou em nossas vidas neste ano, mas o que mais me deixou triste foi o fato do seu pai ter mudado de religião. Só sei de uma coisa há de ser uma passagem. Nós te consagramos a Deus e a Maria que é a mãe de Jesus. A Verinha e o seu João Camilote, através dos olhos da fé, disseram que você iria sobreviver e que irá proclamar a Mãe de Jesus para as pessoas e eu dou glorias a Deus por uma filha minha levar a Sua Palavra, eu quero Giovana neste dia estar ao lado do seu pai, estar com a Aline, com a Carol e sermos uma família unida, abençoada e trabalharmos para Jesus.
                                     Amo muito você, meu presente de Deus.
                                                                                             Mamãe

Arapongas, 04 de agosto de 2001



Amor meu, estou escrevendo com você ao meu lado, estamos na sua cama e você vai dormir.
Sinto-me um pouco angustiada, neste momento em Curitiba se encontra uma moça chamada Paula e ela está muito mal, ela fez um transplante como você, mas não deu tão certo. Ao mesmo tempo em que estou triste por ela eu agradeço a Deus por você. Você é uma benção Divina é Obra do Senhor.
Você está ótima, os seus exames também, está ficando gordinha, continua esperta e muito inteligente, só o seu gênio que ainda é difícil, mas Deus vai te libertar desse gênio um pouco alterado.
                                                                               Te amo muito
                                                                                                Eu

quinta-feira, 1 de março de 2012

Arapongas, 18 de janeiro de 2001




Paixão, já estamos em casa há um mês, é uma benção.
Você está bem de saúde, só está muito nervosa e geniosa, tem horas que chego a entrar em desespero devido as suas atitudes, mas preciso me controlar, pois é apenas uma fase, peço muito a Deus para me iluminar e eu educar você da maneira certa.
Agora vou relatar o nosso último mês em Curitiba, que com a graça de Deus foi muito bom.
Você ficou fazendo exames só nas segundas feiras e seus exames cada vez melhoravam. Fomos passear no zoológico mais uma vez, de novo fomos ao Parque Tanguá, só que desta vez com uns amigos da tia Tânia, o Jorge e a Marília, só que você não se comportou bem e passamos um pouco de vergonha.
Fomos também visitar a casa do papai Noel, tiramos umas fotos, acho que vão ficar lindas, hoje vou buscá-las.
Você tornou a sair com a Dra. Cristina e o noivo dela, saíram à noite, vocês tem uma ligação especial.
No dia 04 de dezembro você fez uma colangioressonância e mais uma vez Deus agiu, pois os médicos tinham certeza que iria ficar uma sequela no seu canal devido ao dreno, mas o exame deu normal, cheguei a chorar de emoção.
Andei fazendo novena para Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, você fica do meu lado rezando, sinto uma emoção muito grande.
Ganhei no hospital uma novena da Nossa Senhora da medalha Milagrosa, sempre estou fazendo ela para você se acalmar, tem vezes que sou atendida logo, outras tenho que esperar e passar mais provações.
Quando nós fomos fazer a colangio, você ficou 10 horas em jejum, mas reagiu bem. A Juliana foi conosco, só que na volta da anestesia é que você deu trabalho, ficou muito agressiva e se jogava no chão.
O Dr Cezar deu alta para irmos embora no dia 08 de dezembro, antes fomos no hospital para tirarmos fotos com eles, batemos com o Dr. Cezar, com a Dra. Adriana, Dra. Deise, Dra. Cristina e com a Rita.
O papai veio nos buscar e a volta foi muito tranquila, quando chegamos em casa foi muita emoção. A tia Tânia fez duas faixas de boas vindas maravilhosa. Os vizinhos vieram te ver e choraram de emoção de ver você tão bem.
Voltamos em Curitiba no dia 18 de dezembro para novos exames. Você já estava mais agressiva e deu muito trabalho, mas os exames deram bons.
A cada dia que passa a sua saúde está melhor, só que você está mais brava.
Ah! Esqueci de te contar, mas fomos para Londrina levar você para o Dr. Lúcio, Dr. Álvaro e Dra. Jaqueline te ver, eles também ficaram muito felizes de ver o quanto você está bem.
Levei você na igreja da Vila, onde todos tinham orado por você neste tempo. Filha quando as pessoas te viram choravam, ajoelhavam ou aclamavam a Deus pela sua recuperação. Elas te chamam de milagre.
Mandamos rezar uma missa em ação de graças pela sua vida e pela vitória conseguida, foi o padre Francisco que rezou e te deu uma benção especial.
Você também teve uma benção especial na presença do Santíssimo e Maria, foi num domingo após a missa. O padre Carlos é que fez a oração estava junto com a gente a Marisa, ela foi a sua madrinha de consagração, o Jorge, a tia Nair, eu, o papai, as meninas e a vó Ermelinda.
Gigi, como você vê estamos rezando muito e vamos rezar ainda mais.
Peço a Deus que possa te libertar de todos os traumas que possam ter ficado marcados em você. Peço que tenhamos uma vida normal, que as meninas se deem bem, que haja calma aqui em casa e que esta casa seja cheia de felicidade e alegria.
Ontem eu e o seu pai fomos à psicóloga, você vai fazer um acompanhamento com ela de 2º e 4º feira, ela se chama Lurdinha e eu espero que ela possa nos orientar a respeito das suas atitudes para com a gente, quero ver você calma, tranquila e bem.
                                                                                                   Amo você demais



Dr Cezar

 Dra Adriana

 Casa do Papai Noel 


Tio Gustavo