Sempre que me perguntam quanto
tempo da Gi permaneceu com problema de saúde eu digo que ela teve um por ano
até 2004.
Como já contei, em 2002 ela teve
os linfonodos no intestino e ficou sem tomar o remédio da rejeição por cinco
meses. Tínhamos uma esperança enorme que ela pudesse viver sem essa medicação,
mas depois de cinco meses ela precisou tomar novamente (só que numa dose bem
baixa para evitar o reaparecimento da PTLD).
Em 2003 a Gi começou novamente a
ter colangite, então voltamos de novo às rotinas de exames, internações e novos
médicos.
Depois de muitos exames de imagem,
chegaram à conclusão que o fígado da Gi estava com um pequeno vaso obstruído e
por causa disso tinha tantas colangites, então fomos encaminhadas para outro
médico Dr Alexander Curvello que iria tentar desobstruir através de uma técnica
usando cateter. Foi feito o procedimento e deixado um dreno no local. A Gi
continuou a levar uma vida quase normal mesmo com o dreno, ela o carregava numa
bolsinha de lado, ia para a aula e até participou de uma dança no encerramento
de final de ano no colégio e foi neste dia que tivemos uma revelação que não
entendemos na hora, achávamos que era sobre o dreno, mas Deus nos mostrava
muito mais e isso só fomos entender depois.
Neste dia do encerramento, estava
tendo em Arapongas um encontro com o Ironi Spuldaro, então a Vera me disse que
depois que a Gi dançasse era para eu leva-la no encontro para que ele orasse
por ela. Chegando ao encontro ele orou e disse que Deus mostrava para ele
células se regenerando, vida nova e perguntou o que a Gi tinha, dissemos que
era um problema hepático e que ela estava usando um dreno, então ele falou que
Deus mostrava vida e nós então achamos que o fígado da Gi iria ficar bom e ela
não teria mais tantos problemas.
No dia do Natal sem nenhuma
explicação a Gi perdeu o dreno, fui dar banho nela e do nada as mangueirinhas
que estavam dentro dela saíram. Ficamos desesperados ligamos para Curitiba e no
outro dia já estávamos na estrada para eles passarem o dreno novamente.
Quando foi no dia de Ano de novo
a Gi perdeu o dreno outra vez, ligo novamente para o Dr Alexander e ele fica
sem entender como o dreno podia escapar. Ficou de ligar para o médico que havia
feito o transplante da Gi e que me retornava para ver o que iria ser feito.
Quando me ligou disso que o Dr
Júlio achava melhor não mexer mais para não forçar o canal, só que eu senti que
não era essa a vontade do Dr Alexander, então perguntei se fosse a filha dele o
que ele faria, me lembro de que ele disse: Ivelise assim você pegou pesado, vou
pensar e te ligo novamente.
Quando me ligou disse que depois
de uma reunião tinham decidido repassar o cateter, isso se o trajeto não
tivesse sumido, então fomos novamente para Curitiba.
Chegando lá ele nos informou que
na realidade ele iria fazer um procedimento nunca feito, eles iriam obstruir
por completo este vaso que tinha problema com uma cola usada na área da neurologia.
Eu fiquei na hora desesperada com medo de dar errado mas e ele tornou a frisar
que só iriam fazer tal procedimento se ainda tivessem a visualização do
trajeto, o que talvez fosse improvável visto que já faziam 3 dias que a Gi
estava sem o dreno.
Liguei na casa de oração para
avisar a todos sobre a situação e pedimos a Deus que se fosse para dar certo, que
eles visualizassem o trajeto, caso contrário que o trajeto tivesse sumido.
Depois de um tempo (que para mim
pareceu uma eternidade), o dr Alexander veio e disse que tinha dado certo, que
dali por diante a Gi teria uma vida normal e que ela poderia até realizar o
sonho de ir para praia novamente, já que só havia ido quando tinha um ano e
pedia muito para ir de novo.
Falou também que iríamos ficar
internado para dali dois dias fazer uma tomografia para ver como tinha ficado o
procedimento
Liguei para todo mundo contando, mas mesmo com o
fato do médico dizer que tinha dado tudo certo, meu coração não estava
sossegado, tinha algo que não me deixava ficar tão feliz, acho que era aquele
sentimento que só mãe tem quando algo não está bem com seu filho.
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