Ontem depois que digitei o post
chorei novamente, aliás, sou muito chorona, chorei tanto pelo que já passamos
quanto pelo que estamos passando.
As lembranças daquela época doem,
mas o que sempre me conforta é saber que nestes momentos sempre fui carregada
por Jesus; o certo não era chorar e sim sorrir, pois sempre nas dificuldades
temos a companhia Dele e isso é maravilhoso.
Mas de qualquer forma, quando a Gi teve septicemia
foi horrível. Ela já tinha passado por situações difíceis, mas não igual
aquela.
Na véspera do dia 1º de novembro
ela teve uma febre boba (37,8) levamos ao médico que fez exames cujos
resultados não apresentaram nada.
No outro dia de manhã, como não
havia melhorado, levamos no Dr. Álvaro. Ele examinou e não viu nada de anormal;
deveria ser uma virose e disse que tínhamos que aguardar a evolução, visto que
os exames não tinham alteração. Liguei para a minha mãe e disse para ficar
tranquila, pois não era nada.
Quando saímos do consultório
passamos na minha cunhada, chegando lá a Gi fez um cocô muito forte que queimou
a sua bundinha, então fui dar banho nela e ela foi ficando molinha e tremendo
muito. A minha sobrinha que estava fazendo enfermagem tirou a temperatura dela
que era de 35 graus, ela estava fazendo uma hipotermia. Ligamos para o Dr
Álvaro e ele mandou retornar urgente ao consultório.
Quando chegamos lá a Gi já
apresentava certa dificuldade em respirar, o Dr Álvaro examinou e nos disse que
ela estava entrando em choque; ligou para a Dra. Jaqueline e foi dizendo assim:
Jaque examinei a Giovana há 2 horas e ela não apresentava nada e agora entrou
em choque, estou mandando ela para a UTI do Evangélico. Neste momento o meu
chão abriu, comecei a tremer, só lembro de ter ligado para a minha cunhada e
para minha mãe pedindo para elas irem ao hospital porque a Gi estava mal.
Pegamos a Gi no colo e a levamos para
o hospital correndo (o hospital ficava uma quadra do consultório). Quando
chegamos lá fomos encaminhados direto para a UTI, eu entrei com ela e ai
começou aquele tumulto da corrida contra o tempo. A pressão arterial dela era
3x1, com isso não tinha nenhum acesso visível para correr o soro, colocaram ela
no oxigênio, chamaram mais médicos; era desesperador.
Quando conseguiram um acesso me
mandaram ligar para Curitiba, pois como a Gi era transplantada eles tinham que
ver o que poderiam fazer, quando liguei falei com a Dra Adriana e ela perguntou
se a Gi estava entubada, quando disse que não ela me falou que isso era bom e a
chance de sobreviver era de 50%.
Depois disso a Dra. Jaqueline
chegou; conseguiram estabilizar a pressão arterial, mas até hoje a Gi leva uma
marca deste dia. Ela teve uma queimadura no braço pelo Bicarbonato de Sódio, a
veia em que ele corria rompeu e a enfermeira não viu, então extravasou e fez a queimadura.
A Gi ficou internada por seis
dias na UTI e foi na porta dela que eu entreguei ela a Deus, vocês não imaginam
a dor que esta entrega é, mas creio que foi quando eu a entreguei (mesmo com o
coração arrebentado) que Deus agiu.
Quando ela saiu da UTI não comia
nada, fazíamos de tudo para ela se alimentar e nada; a Dra. Jaqueline chegou a
trazer batatinha do Mac (imagina ao ponto que chegamos para ela comer algo) e
ela não comeu. Lembro que quando isso aconteceu o Dr. Álvaro disse que a Gi
tinha conquistado a Dra. Jaqueline, pois ele nunca tinha visto a Dra fazer
aquilo; naquela internação os laços entre nós e a dra foram unidos e até hoje
tenho por ela uma admiração e confiança muito grande. Nesta internação da Gi
fomos novamente amparados pelas orações de muitas pessoas, novamente foi
erguido um clamor a Deus pela sua cura. Vinha muitas pessoas no Evangélico para
nos dar forças. Teve um domingo que a Gi estava bem fraquinha, pois não tinha
colocado nada na boca (nem água), então a Sandra e o Ítalo vieram nos visitar,
a Gi tinha um amor imenso por ele, no grupo de oração tinha dias que ele tocava
bateria com ela no colo, então quando ele chegou ela até melhorou. Para agradar
ele, ela chegou a tomar um pouco de iogurte, nós fizemos disso uma festa, pois qualquer
pouquinho que ela se alimentasse era importante.
O outro episódio difícil que
tivemos foi quando ficamos morando em Curitiba. A Gi vinha tendo uma diarreia
constante, então fomos para Curitiba e eles começaram a desconfiar de PTLD
(Doença Linfoproliferativa). Depois de confirmada através de colonoscopia, ela
ficou fazendo tratamento ambulatorial duas vezes ao dia. O que causa essa
doença é um vírus (Epstein Baar) junto com o imunossupressor, e essa doença
pode ser benigna ou maligna, desta vez tinha sido benigna.
E o outro fato marcante foi à
mudança de religião do Edson. Quanto sofremos e choramos por isso. Esta mudança
trouxe certa divisão dentro da minha casa, mas mesmo assim segui em frente com
todo o meu amor e fé.
Como vocês podem ver, do mesmo
jeito que a minha fé foi aumentando também foi aumentado às provações. Mas
mesmo as coisas não acontecendo do jeito que desejo, continuo com a mesma fé e
com o mesmo amor por Deus, entregando a minha vida a Ele e aguardando o que ele
deseja de mim.
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