Chegamos a Curitiba dois dias
antes do transplante, passamos por consulta no hospital para avaliações e a Giovana
internou na véspera. Eu já sabia que mãe não podia dormir com o filho durante a
internação pois não tinha espaço físico para isso, mas como já havia sido
discutido sobre esse assunto combinei que durante o tempo que ela ficasse na
UTI eu não dormiria e depois veriam para onde iríamos.
Na véspera deixaram a gente ficar
na ala do transplante de adultos, sempre tive ajuda de um médico, o Dr Cezar, ele
é um daqueles anjos que já mencionei que Deus nos mandou. Sempre tive muita
confiança nele, a Gi e ele tiveram uma ligação especial logo de início e essa ligação
continua até hoje. Naquela noite tive também a companhia da minha prima Juliana
que na época fazia medicina, ela foi outro anjo para mim e para a Giovana.
Dormimos no mesmo quarto do meu
pai, foi uma noite angustiante e eu sofrendo dos dois lados, pois via o meu pai se
doando, entregando sua vida para dar a vida que a Giovana tanto precisava e a Gi
necessitando tanto daquele fígado.
Quando amanheceu, meu pai foi
para o centro cirúrgico e depois levaram a Gi. Quando deixei ela na porta achei
que ia desmaiar, mas Deus me amparou e eu fiquei firme.
Ao todo ficamos 10 horas na
angustia e oração, vieram para Curitiba toda nossa família tanto a minha como a
do Edson e isso para nós foi um conforto muito grande.
A angustia ia crescendo conforme
as horas passavam, começamos a ficar mais aliviados quando a Juliana conseguiu
entrar no centro cirúrgico e veio com a notícia que o meu pai estava bem e a Gi
também.
Quando meu pai foi para UTI fomos
vê-lo. Se fecho meus olhos consigo ver ele com dor e ao mesmo tempo querendo
saber da Gi, lembro dele no outro dia levantando e querendo ver a Gi, deixaram
ele entrar na UTI, ele andava com dificuldade devido ao corte que era imenso,
ele parou do lado da cama dela , duas vidas interligadas para sempre.
Meu avô
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